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Academia Sobrenatural Brasileira de Letras, conhece?

  • Foto do escritor: Cláudia Goulart Alves de Mello
    Cláudia Goulart Alves de Mello
  • 7 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 10 de dez. de 2024

 

Medo Imortal


Em sua maioria, escritos entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX, os textos dessa coletânea trazem o que há de melhor dos primeiros cem anos da literatura brasileira de terror. A antologia reúne contos e poesias de autores da Academia Brasileira de Letras (ABL), investigando as sombras humanas e o sobrenatural.

 

Segundo descreve a própria editora DarkSide, o ano era 1897, e estávamos às vésperas de celebrar 80 anos da primeira edição de Frankenstein (ou O Prometeu Moderno), escrito por Mary Shelley. Naquele mesmo ano, H.G. Wells lançava O Homem Invisível e os capítulos iniciais de A Guerra dos Mundos, e Bram Stoker mudava a história da literatura com Drácula. Nos Estados Unidos da América, um menino de apenas sete anos publicava seu primeiro conto “The Noble Eavesdropper”, era o precoce H.P. Lovecraft.

 

E, no Brasil, nada era diferente. Foi neste mesmo ano de 1897 que quarenta intelectuais se reuniram para fundar a Academia Brasileira de Letras, inspirados em agremiações de escritores franceses. Cada um escolheu um patrono para nomear a cadeira que ocuparia e passaram a se chamar de IMORTAIS.

 

A antologia Medo Imortal faz parte da coleção Medo Clássico da Darkside® Books, e ela nos mostra que havia muita coisa em comum entre esses diversos cenários mundiais que mencionamos. Em terras brasileiras, Machado de Assis, o "Bruxo do Cosme Velho" (como seria nomeado por Carlos Drummond de Andrade, muitos anos mais tarde), liderava os primeiros imortais, que eram cidadãos do seu tempo, conectados à produção cultural da época, e tudo o que viam e viviam se refletia nas poesias e contos que trazem esse sobrenatural e horror: falam de monstros e psicopatas, narram atrocidades e ousam descrever cenários cruéis e inimagináveis.

 

Organizado pelo jornalista Romeu Martins, com ilustrações de Lula Palomanes, a lista de autores foi construída com a colaboração de grandes pesquisadores do terror e do insólito, nas principais universidades brasileiras. São (ao todo) treze autores, escolhidos entre patronos, fundadores e primeiros eleitos a ocupar os assentos da ABL. Entre eles, aproveitou-se a oportunidade para corrigir uma injustiça histórica, trazendo contos da escritora Júlia Lopes de Almeida, nome importante da nossa literatura, que participou do projeto de fundação da ABL, mas foi barrada, na última hora, por ser mulher. A casa permaneceria "masculina" por 80 anos.

 

Na publicação, temos textos dos patronos Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães e Fagundes Varela, além dos fundadores Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeida, Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Afonso Celso, Inglês de Souza e Medeiros e Albuquerque.


Completando a tropa de elite, três autores eleitos nos primeiros anos da Academia: Afonso Arinos, João do Rio e Humberto de Campos, numa amostra primorosa do que podemos chamar de Academia Sobrenatural Brasileira de Letras!

 

O livro é de 2019, no Gênero Ficção, formato 16 X 23 cm, com 464 páginas, capa dura, numa edição primorosamente bem acabada. Leitura leve e confortável, e eu me diverti horrores!


Eu, na hora em que ganhei o livro de uma amiga muito querida!

Capa e lombada

Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho!

Capa

Capa e Ilustração (*Fotos: Divulgação DarkSide)





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