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Eu fui no Tororó e quase achei...

  • Foto do escritor: Cláudia Goulart Alves de Mello
    Cláudia Goulart Alves de Mello
  • 23 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de dez. de 2024

Domingo.

Vamos passear na natureza!

Onde?

Bem ali, na cachoeira…


Estrada de terra tranquila. Chegando lá, estacionamento pago e um portão pintado à mão, de onde uma coruja muito colorida nos olhava com um ar indagador: "Cachoeira do Tororó, em frente!"


- Vc tá pronta? (acho que a coruja também perguntava isso…)

- Mas a trilha não é difícil?

- Ah, se for, a gente volta!

- Ouvi dizer que é!

- Que nada, a gente vai devagar…

É uma trilha de 15 minutos, a gente faz em 30. Eu vi no Google.

- Ah, tá, eu trouxe água. Bora!


Cheio de jovens… gente carregando bicicleta no ombro! Todos ágeis, prontos pra qualquer queda em que pudessem ralar os joelhos.


Fomos seguindo, e o caminho suave e estreito foi se transformando numa descida íngreme, cheia de pedras e areia. Pedras grandes, fixas, soltas, redondas, pontudas. Pedras de tropeço! Pedras no caminho (e nós, sem chance alguma de construir castelos...).


Decisão tomada como se tivéssemos 50 anos. Mas, a cada avanço, íamos enxergando o tamanho da irresponsabilidade: coordenação motora embaralhada, músculos cansados, agilidade de quem estava vestindo um escafandro! Foi quando comecei a negociar: - Tira a gente dessa, que eu não faço mais!


- Vamos parar!

- Só mais um pouco!

- Vamos voltar!

- Vamos só até ali, pra ver se enxergamos mais à frente…

- Olha pro chão!!!


Pessoas voltando e nós perguntamos se dois velhos chegariam lá…???

- Sim, sim. Já estão mais perto do que longe!


E haja trilha, haja pedra... haja trilha, haja pedra... Quanto mais seguíamos, mais pensávamos estar escapando da queda (que já me fazia nos imaginar voltando carregados por heróicos bombeiros!).


A trilha chegou a um ponto de dificuldade e importância, que o local de destino jamais a superaria. Que cachoeira, que nada. O caminho era o protagonista! A gente mantinha o foco no buraco e tentava não pensar em coisa alguma.


- Olha pra baixo!!!


É preciso ter coragem para reconhecer limites, riscos, consequências, e não avançar quando TUDO diz que é pra parar! E por que continuamos? Que crianças são essas? (eu estava levando água, então ficaria tudo bem... né?...kkk) A vida devia ter 70 anos de ensaio, pra a gente finalmente começar a dar os primeiros passos!


50 minutos de loucura, foco no chão.


Chegamos em casa. Ufa!

Não faço mais.


Ele não aparece nas fotos, porque está de castigo.


Voltamos bem: só o ego saiu ferido!


Eu, estacionamento, portão, coruja psicodélica, trilha, buracos, cachoeira, eu de novo.
Eu, estacionamento, portão, coruja psicodélica, trilha, buracos, cachoeira, eu de novo.

Imaginando o nosso resgate... rsrsrs
Imaginando o nosso resgate... rsrsrs

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