The Haunting, uma antologia imperdível!
- Cláudia Goulart Alves de Mello
- 6 de dez. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de dez. de 2024
The Haunting of Hill House – A Maldição da Residência Hill – é uma série de terror sobrenatural, feita nos Estados Unidos, criada por Mike Flanagan e produzida pela Amblin Television e Paramount, especialmente para a Netflix. É baseada no livro de mesmo título, escrito em 1959, por Shirley Jackson, e estreou no final de 2018, com 10 episódios.
A trama alterna duas épocas no tempo, acompanhando cinco irmãos cujas experiências paranormais na Hill House determinaram o curso de suas vidas e os assombram, desde o passado até os dias atuais.
Aclamada pela crítica, foi chamada de “história de fantasmas eficaz”, mas a obra está longe de ser um terror superficial. Entre suspenses e sustos, aspectos profundos da psiquê humana se revelam, assim como quadros preocupantes de saúde mental. São metáforas complexas e eficientes, que demonstram o poder do medo na vida humana, tudo brilhantemente executado, numa direção e produção de boa qualidade, roteiro primoroso e excelente atuação de elenco.
No verão de 1992, Hugh e Olivia Crain (com seus filhos, Shirley, Steven, Theodora e os gêmeos Luke e Nell) se mudam para a Mansão Hill. Eles pretendiam reformar a antiga casa para vendê-la por um valor maior, mas os eventos paranormais que se desenrolam no lugar interferem em seus planos de forma trágica, deixando marcas profundas em todos os membros da família. Anos mais tarde, novos eventos envolvendo a Mansão Hill chegam à vida dos irmãos já adultos, que precisarão enfrentar os fantasmas e as dores do passado. As batalhas são sobrenaturais e psicológicas, o “terror” é sempre uma metáfora para a dor encapsulada pelos traumas da infância. O caminho para a paz em suas vidas, aparentemente, precisa passar pela antiga residência.
Michiel Huisman interpreta Steven Crain, o filho mais velho, que se torna escritor de livros de terror e fica famoso por escrever sobre a experiência de sua família na Hill House. Carla Gugino é Olivia Crain, a mãe da família. Henry Thomas é o jovem Hugh Crain e Elizabeth Reaser é Shirley Crain, a filha mais velha, que se tornou tanatopraxista e trabalha administrando um necrotério junto com o marido Kevin (Antony Ruivivar).
Temos ainda Oliver Jackson-Cohen como Luke Crain, o filho mais novo e gêmeo de Eleanor, viciado em heroína, que está em recuperação; Kate Siegel como Theodora ("Theo") Crain, a filha do meio, que se tornou psicóloga infantil; Victoria Pedretti como Eleanor ("Nell") Crain, a filha mais nova e gêmea de Luke, que jamais superou suas vivências de infância e permaneceu mentalmente instável, em sua fase adulta.
No período que retrata a infância dos irmãos, temos Lulu Wilson (como Shirley), Mckenna Grace (como Theo), Paxton Singleton (como Steven), Julian Hilliard (como Luke), Violet McGraw (como Nell) e Timothy Hutton (como Hugh Crain, o pai da família), entre outros.
Recomendo a série, e recomendo especialmente um olhar cuidadoso sobre o que se passa nas entrelinhas, na dinâmica dos traumas e na forma como o medo pode conduzir e determinar nossas vidas.
The Haunting of Bly Manor – A Maldição da Mansão Bly – é a “segunda temporada” de Residence Hill, também criada por Mike Flanagan para a Netflix. Foi Baseada principalmente no livro The Turn of The Screw (A Volta do Parafuso), de Henry James, publicado em 1898. A estreia foi em 2020, com 9 episódios, e acabou criando a antologia The Haunting. Tanto a equipe de criação quanto grande parte do elenco de Hill House retornam em Bly Manor, embora a narrativa das séries não esteja conectada.
A trama conta a história de uma jovem governanta contratada para cuidar de seus sobrinhos, um casal de crianças, na casa de campo da família. Chegando à propriedade Bly, ela passa ter visões e viver experiências que transformam sua vida.
Mais uma vez, o suspense e o terror são metáforas para questões humanas profundas e quadros de saúde mental. Nesta temporada, o foco está no esquecimento e nos medos e questionamentos que envolvem os processos de demência.
O elenco conta com Victoria Pedretti, Oliver Jackson-Cohen, Amelia Eve, T'Nia Miller, Rahul Kohli, Tahirah Sharif, Amelie Bea Smith, Benjamin Evan Ainsworth e Henry Thomas, entre outras participações.
Recomendo a segunda temporada de modo especial, pois ela traz uma abordagem comovente dos quadros de demência, processos de esquecimento, e de como e quando deixamos de ser quem somos. Fala do verdadeiro terror humano: esquecer de quem se é, vagando entre a consciência e a inconsciência.
Brilhante, gostei muito. Vale ver e rever!


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